Confesso que ontem passei o dia todo preocupado... E dessa vez não era por minha conta bancária!!
E sim pela tal da experiência que seria realizada na Suíça, no qual, por algum motivo que somente os físicos saberiam explicar, desencadearia o fim do mundo.
Pensei paranoicamente que tudo que fiz ontem poderia ter sido a última, como afagar meus cachorros e falar com meus amigos. Mas, também pensei no que nunca mais faria como ver um filme do Almodóvar, ler um livro do Saramago, tomar aquele vinho de 200 reais, ir no cinema, ler poesia, caminhar no sol de primavera e muito mais.
Calma!!!!! Disse um amigo... Reflita sobre o lado bom disso!! (Se é que o fato de o mundo acabar poderia ter um lado bom!!! Pensei). Mas aos poucos fui enebriado com seus argumentos. Dizia ele: O mundo já está acabando mesmo, só vamos acelerar esse momento; não vamos precisar mais ouvir o Galvão Bueno, nem as repercussões do BBB, nunca mais as novelas da Globo, Faustão, Gugu, Mulher Melancia e outras frutas, nenhum pastor de igreja berrando na TV, nos livraríamos das bandas e da moda Emo e seus fiéis seguidores, das crônicas do Diogo Mainardi da revista Veja e da própria revista Veja, do horário político, entre outras alegações trazidas à tona por meu nobre amigo.
Diante disso fui dormir e esperar aflitivamente o final dos tempos.
O fato é que a experiência já ocorreu e o mundo não acabou...
Mas, hoje no café da manhã, não sei porque, estava sentindo uma saudade monumental daquela estranha sensação do dia anterior.
Quadro: Fim do Mundo de Pedro Sarmento (Óleo sobre tela)